“Ecos da Corrupção”

Soterrado numa lama que perpassa a Vale, no vale de Mariana, estamos todos
afundados de baixo de uma base de concreto feita de dinheiro sujo, e inacabada
presos num presente, num cavalo de graveto, mancando em lentidão sob terras vulcânicas
conduzidos por dementes sádicos e mentirosos, saídos dos círculos de Dante.
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Estamos vivendo ciclos angustiantes, a mercê dos prazeres e desmedidas Planaltinas
zumbizando e fitando telas e telas de ludibriantes histórias e estórias que não nos pertencem
de cabeça baixa, de estima baixa, diante das alturas aurículas dessa mídia de arestas afiadas
direcionados por corporações descompromissadas e empresários narcisistas.
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Mas balbucia ferozmente pelas asas do avião central…
um Monstro de concreto, carne e papelão
corre petróleo salgado em suas veias e gás em seus pulmões
com seus olhos eletrônicos e pensamentos devassos
cheira a milhas os milhões, sempre faminto por tostões
vai devastando como um trem descarrilado eletrizado
vai atrás de seus criadores com cerebrais decisões.
O sistema não o vai segurar, o sistema não vai ter como julgar
ele está em profunda depressão esquizofrênica
não há dinheiro que possa o fazer parar
ele foi deixado esquecido na fila de uma fila qualquer
agora quer cabeças, quer justiça, quer vingar.
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Esta chegando…
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Brados retumbantes ressonam no seco ar do centro tropical
o Monstro voando vem, vem mostrar os sinais da criação do mal
vem vindo libidinoso e impassivo em direção ao seu habitat original
destruidor vem faminto…pra se satisfazer das iguarias da delação
vem sugar Vampiros, comer Lulas, e todos donos incontestes da razão
as pistas são gritos longínquos de dor de barriga dos heróis da opressão
um cheiro horrível de carne política podre lhe dá a direção
ele segue os ecos…, os ecos da corrupção!
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Mas ainda estou vendo…
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Velhacos gordos fechados em suas mansões cheirosas
com peças de diamante e ouro nos tornozelos inchados
vendendo livros e sugestões para novas dinastias políticas
bebendo espumantes deitados no chão de mármore de seus banheiros.

D .lixo. F

“Ce” não acredita no que eu falo

“Ce” já não houve mais o meu som

Deixa essa televisão de lado

ti dou 2Kg de filé mignom!

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Meus queridos companheiros, nosso governo é da mudança

pegue a fila ali na frente,

arme a barraca e faça a janta!

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O segredo da economia esta bem em sua mão

é só pegar o dicionário e ler até ficar doidão.

Desvie a massa cefálica para o complexo da lentidão

estirpe a retórica paralela e dê com a cara no chão.

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Ôrrô planalto chique, tão bonito de se ver

Lá existem dois pratões, mas não se engane, vou te dizer

Concentre-se no seu raciocínio, não vá se perder

são dois lados da moeda, duas chances de aprender.

O prato para baixo é o seu, mas calma, é melhor se conter

o lindo prato é uma tampa, pra que possam seu dinheiro reter.

E o prato para cima de quem é? Quanta coisa deve caber!

Mais ou menos 500 consciências, de quem se encontra no poder.

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Esta se saindo bem agora e logo irá perceber

os garis estão lá em cima, e são eles que vão te varrer.

Uma vez fui ao Planalto Central / mórbido e seco era o seu ar

eu acho que era a indústria / da arte de politicar.